O PVC, policloreto de vinila, é o termoplástico mais utilizado na construção civil: da produção total, 65% é destinado para o setor. O grande consumidor de resina de PVC é o segmento de tubos e conexões, seguido de perfis, fios e cabos.
Com o aquecimento da construção civil, o PVC pega carona nessa onda de crescimento. “Dados da Abiquim – Associação Brasileira Indústria Química indicam o crescimento de 21% do mercado de PVC no primeiro trimestre do ano, em relação a igual período de 2007”, diz Gibran Tarantino, gerente comercial da Solvay, destacando as obras de saneamento básico e predial como principal consumidor. “Hoje, a empresa produz 270 mil ton/ano e projeta crescimento da ordem de 5% a 7% ao ano até 2012”, acrescenta.
A ampliação da unidade fabril de Santo André (que está em andamento) permitirá à Solvay produzir o PVC a partir do etanol, uma fonte renovável que minimiza a dependência do petróleo.
O etileno, matéria-prima do PVC, virá do etanol originário da cana-de-açúcar. “A nova planta já está em construção e deve ser lançada em 2010. Com esse investimento, a perspectiva é que a produção aumente 100 mil ton/ano”, aguarda Gibran Tarantino. Segundo Édison Carlos, gerente de relações institucionais da Solvay, atualmente, o etileno é obtido através de petroquímica, enquanto que o cloro deriva do sal marinho, cuja reserva é milhões de vezes maior que a de petróleo. “Para o movimento da construção sustentável, que está acontecendo no mundo todo, o PVC contribui, pois, além da longevidade, é 100% reciclável. Um tubo de cem anos pode ser reciclado tranquilamente. São características que reduzem o impacto do produto no meio ambiente”, argumenta Édison Carlos.
A vida útil do material contribuiu para seu avanço na construção civil. “O PVC é um dos plásticos mais tradicionais que existe, com durabilidade de, no mínimo, 50 anos. Na Alemanha, existem construções de mais de 80 anos que estão sendo demolidas e as tubulações permanecem intactas.
Produto leve, fácil de colar e conectar, o PVC é amplamente empregado nos vários segmentos da construção civil, entre eles, pisos, revestimentos, telhas, calhas, grelhas etc.”, acrescenta Édison Carlos. Por sua versatilidade, o material vem atraindo a atenção de arquitetos. “Ele pode ser aditivado de várias formas por ter a presença de cloro, o que pode torná-lo rígido ou flexível. Um tubo de PVC de 1 m de diâmetro e um plástico que embala alimentos são fabricados do mesmo material.
O arquiteto que está sempre em busca de novidades, encontra no PVC um material muito interessante. As janelas de PVC, largamente usadas na Alemanha e Inglaterra, são de perfis mais robustos podem receber vidros duplos. No Brasil, somente agora surgem empresas de grande porte produzindo janelas de PVC, e os arquitetos estão começando a conhecer o produto. Elas não são vendidas pelo preço e, sim, pelo conceito de grande conforto térmico e acústico que proporcionam. A estanqueidade de uma janela de PVC é impressionante. Acredito que, futuramente, será um mercado na construção tão importante quanto o de tubos e conexões”, prevê.
Enusiasmado com o aumento da demanda por PVC na construção civil, Édison Carlos acredita no crescimento sustentável do setor. “As informações que temos do cenário mundial mostram que a economia vai seguir em crescimento. O Brasil é um país que tem carências em saneamento básico e habitação, portanto, temos necessidade de muito investimento nessas áreas por pelo menos mais uns 20 anos. O PAC – Programa de Aceleração do Crescimento vem para iniciar esse processo e a indústria apóia”, finaliza Édison Carlos.
Fonte: Portal AECWeb.